O que é o IVA?

O Imposto sobre Valor Agregado (IVA) é um tributo indireto que incide sobre o consumo de bens e serviços e é cobrado de forma não cumulativa. Ou seja, cada empresa incluída na cadeia produtiva paga o imposto apenas sobre o valor que ela adiciona ao produto ou serviço.

O IVA tem como modelo a unificação de impostos já existente em outros países e pode abranger tributos distintos.

No Brasil, devido a existência de tributos nas diferentes esferas (federal, estadual e municipal), há duas possibilidades de implementação:

  • IVA Dual: Nesse modelo, o governo federal é responsável por um imposto único, enquanto os estados e municípios compartilham outro imposto, referente aos seus tributos;
  • IVA Concentrado: Nesse modelo, o governo federal é responsável por todos os impostos, incluindo os que hoje são cobrados pelos estados e municípios.
  • No Brasil, a proposta é implementar uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) que substitua os tributos federais sobre o consumo, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) que vai substituir os impostos estaduais e municipais. Logo, o IVA terá perfil dual.

    Como funciona o IVA?

    Com o IVA, cada etapa da produção paga impostos apenas sobre o que adiciona ao produto ou serviço. 

    Dessa forma, o produtor é o primeiro a pagar, e os outros envolvidos no processo pagam apenas sobre a parte que contribuíram. 

    Assim, não há um aumento acumulativo de impostos em cada etapa da produção, permitindo o desconto do valor pago nas fases seguintes da cadeia produtiva.

    Quais são os objetivos de um IVA?

    1. Ampliar a base de cobrança com unificação de tributos

    O IVA unifica vários impostos diferentes como o IPI, o PIS, a Cofins, o ICMS e o ISS. Isso torna o sistema tributário mais simples e eficiente, pois reduz o número de obrigações que as empresas precisam cumprir.

    2. Eliminar a cumulatividade de cobrança nas etapas da cadeia produtiva

    A cumulatividade ocorre quando o mesmo imposto é cobrado várias vezes ao longo da cadeia produtiva. Com o IVA, isso não ocorre, pois as empresas podem descontar o Imposto de Valor Agregado que elas já pagaram nas etapas anteriores.

    3. Promover isonomia e uniformidade na tributação do consumo

    Por se tratar de um imposto neutro, o IVA não afeta o preço final dos produtos e serviços. Logo, esse tributo promove a isonomia e a uniformidade na tributação do consumo, já que todos os consumidores pagam o mesmo imposto sobre os mesmos produtos e serviços.

    Qual será o valor do IVA no Brasil?

    A definição da alíquota do IVA no Brasil ainda será decidida pelo Senado. Mas baseado em algumas projeções de estudos feitas pelo Ministério da Fazenda e, considerando algumas exceções, estima-se que a alíquota deva ser de 25,45% a 27%.

    De acordo com o presidente do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), há uma tendência em manter alíquotas elevadas no Brasil, e essa dinâmica não parece estar mudando. Ele também comenta que os tributos que não fazem parte da reforma continuarão sendo pagos pelos brasileiros.

    Por que o governo quer criar esse imposto?

    Um dos principais objetivos da criação do IVA é tornar a arrecadação de impostos mais simples. Isso porque o Brasil possui um sistema tributário complicado com uma quantidade considerável de tributos. Além disso, cada ente federativo (União, estados e municípios) têm autonomia sobre alíquotas.

    Dessa forma, o IVA chega para auxiliar na organização das normas e tornar a tributação mais justa, equilibrada e transparente. Otimizando o cálculo dos impostos e a fiscalização.

    Assim o Governo tem maior previsibilidade de arrecadação, permitindo uma melhor gestão e planejamento de recursos para políticas públicas.

    Quais impostos estão incluídos no IVA?

    Segundo a proposta da Reforma Tributária, haverá a substituição de 5 impostos por 2, seguindo o modelo IVA dual. Assim, os impostos que podem ser incluídos no Impostos de Valor Agregado são:

  • IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados);
  • PIS (Programa de Integração Social);
  • Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social);
  • ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços); e
  • ISS (Imposto sobre Serviços).
  • Na proposta de alteração, esses impostos serão englobados da seguinte maneira:

    1. PIS e Cofins serão substituídos pela CBS

    A Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) será o novo imposto federal que substituirá o PIS e a Cofins. A CBS terá uma alíquota única de 12%, mas poderá ser reduzida para 6% ou 9% para alguns produtos e serviços essenciais.

    A CBS entrará em vigor em 2026, mas só será adotada de forma generalizada em 2027.

    2. ICMS e ISS serão substituídos pelo IBS

    O Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) será o novo imposto que substituirá o ICMS e o ISS. O IBS será um imposto compartilhado entre a União, os estados e os municípios.

    A implantação do IBS será gradual, começando em 2026 e terminando em 2032.

    3. IPI será substituído pelo Imposto Seletivo

    O Imposto Seletivo será o novo imposto que substituirá o IPI. O Imposto Seletivo será aplicado sobre bens para taxar ao redor do Brasil produtos que são produzidos na Zona Franca de Manaus (ZFM), mas sem reduzir os “diferenciais competitivos” da região.

    O Imposto Seletivo entrará em vigor em 2026.

    Como calcular o IVA no Brasil?

    Considerando a aplicação em etapas, ou seja, com a incidência do IVA em cada fase da cadeia de produção baseado no valor agregado do serviço ou do produto, temos o seguinte:

    O valor agregado é multiplicado pela alíquota do imposto. Por exemplo, na compra de um computador com um valor de R$3000,00 com uma alíquota de IVA a 20%, o imposto será de R$600.

    Por que o IVA é tão importante para a reforma tributária?

    A aprovação do IVA é uma etapa importante para a reforma tributária brasileira. No entanto, ainda há alguns desafios a serem superados, como a definição da alíquota do imposto e o impacto nos preços dos produtos e serviços.

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